quinta-feira, 1 de junho de 2017

Fui ao jogo... e vi um ladrão, um burro, um garoto que não merecia estar ali e uma torcida maravilhosa

  O Fluminense está fora da Copa do Brasil, mas não foi apenas eliminado. O que aconteceu no Maracanã ontem parecia uma história. E nessa história havia pelo menos 4 personagens principais. O ladrão, o burro, um menino e uma multidão sensacional. Começando pelo ladrão, ele é um personagem que se vestia diferente dos demais em campo, não citarei quem é, mas uma dica: ele não sabe fazer o que é pago pra fazer. Decidiu o jogo aos 5 minutos, com a expulsão do Nogueira. Ali o que era difícil, tornou-se impossível. Fazer dois gols numa boa defesa e ainda com 1 a menos, a classificação já tinha ido pelo ralo. O que fazer então? Ser eliminado, mas com dignidade, pelo menos tentando, jogando bem. É, também não aconteceu isso. Tem muita gente nesse elenco do Fluminense que não está jogando absolutamente nada, a começar pelo goleiro, passamos pelo lateral esquerdo, chegamos em um volante que tem qualidade, mas não passa por uma boa fase, e por outro volante jovem, mas que parece nem estar aí para o que está acontecendo no jogo. Com um a menos, tomamos o primeiro gol de forma vexatória. O Grêmio decidiu jogar bobinho com a defesa e no último toque, Luan fez um belo gol, defensável, mas um belo gol. Aí entra o segundo personagem da história, o burro. Um baita técnico, ídolo pra caramba, mas que há algum tempo vem mexendo muito errado, e decidindo jogos assim. Colocar um zagueiro, algo normal, perdemos um, expulso, mas tirar o principal pensador do time, precisando fazer dois gols pra se classificar, é entregar as fichas muito cedo. E logo depois dessa ação, vem o golpe final, agora com o time "arrumado", uma bola nas costas da zaga inteira, decide definitivamente a partida. Aí não tinha mais o que fazer mesmo, mas antes de acabar o primeiro tempo, o personagem ladrão volta: em jogada semelhante a expulsão de Nogueira, o ladrão julga que o agressor não era merecedor de ser expulso, enquanto um outro personagem, coadjuvante, que representa a morte, e naquela hora tinha sido ceifado, fica se retorcendo no chão.
   
  Mas aí vem o segundo tempo, e o personagem burro volta a ativa, muda um volante por outro, ninguém entende mais nada, mas naquela hora já estavam todos cansados de vaiar, xingar e reclamar. Nesse contexto entra o terceiro personagem: um garoto muito novinho, vindo do distrito de Xerém, e que parece um veterano enquanto joga. Esse menino, que se chama Wendel, é o garoto que não merecia estar ali. Fez daquele time sem luz, sem criatividade, o time dele. Ele fazia tudo, pegava a bola na defesa, levava pro ataque, perdia a bola, e corria para recuperá-la. Ele teve ajuda também daquele personagem que representa a morte, o Ceifador. Esses dois tentaram ao máximo, mas sozinhos não conseguiriam nada. E por causa desses dois personagens importantes, surgiu o maior personagem da noite. Aquela multidão de quem falei. Estavam bravos, muito bravos mesmo, mas tinham mais 45 minutos ali, e já haviam pagado ingressos. O que fazer então? Ficar quietos, xingar todo mundo, ou aproveitar o momento e simplesmente cantar? É, essa última opção foi a escolhida. Parecia que o time estava vencendo o jogo, mas não. Cantou, cantou, cantou, deu show, como se estivesse 5x0 para eles. Foi o melhor protesto que poderia ter havido nessa noite. O simples canto de uma torcida que estava decepcionada, mas que mostra ao time em campo, o verdadeiro espírito de ser Tricolor. E enquanto essa multidão cantava e encantava, o menino foi alvejado. Teve que sair após uma lesão no ombro. E ai vem o terceiro ato do personagem burro: colocar no lugar do garoto um sub-jogador, que não sabe jogar na posição dele, imagina improvisado na posição do garoto. É, já estava tudo completo, não havia mais como voltar atrás. Mas o problema é que me dói chamar esse personagem de burro, um baita de um personagem, com muito crédito, mas que não está acima de ninguém e também merece tomar puxão de orelha quando erra.
   
  Podemos colocar a culpa em muita gente nessa eliminação. No personagem ladrão, que foi decisivo, mas não foi o único. No personagem burro, que mexeu muito mal e ainda teima em colocar certas peças que merecem mais chances. Nos outros 9 mortos correndo em campo. Sim, 9. Aquele garoto e o cara que ceifa, podem se safar dessa. Ou podemos também colocar a culpa em quem armou tudo isso. Ou seja, em quem manda, em quem paga(ou não), em quem planeja, em quem acha que uma filial na poderosa Eslováquia vai resolver o problema desse elenco frágil. Podemos até querer colocar a culpa neles, mas estamos tão bravos que nem conseguimos escolher em quem botar. Então que fique assim: a culpa é de todos, e que todos saibam que erraram e trabalhem para se consertar. Menos o ladrão, quero que ele se exploda, não é a primeira vez que ele faz isso. Mas voltando ao Fluminense, agora é torcer e esperar. Esse ano ainda reserva a Sul Americana. Que todos se mobilizem em prol dela, e que no Brasileiro consigamos lutar lá em cima. Agora é o que nos resta. Torcer.  

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Saudações Tricolores e Vence o Fluminense

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