quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Da euforia a decepção: o 2017 Tricolor

2018 começará como 2017 começou, como uma incógnita. Mas vamos deixar pra falar de 2018 quando ele chegar. O foco agora é 2017, e o que ele trouxe de bom e ruim. Mas vamos lembrar de 2016.




















Dezembro do ano passado. Pedro Abad é eleito e Abel Braga é contratado, iniciando assim o ano de 2017 para o Fluminense. Começou cheio de dúvidas, o ano que havia passado havia sido de mais expectativas e poucos resultados. O time terminou o Brasileiro com 10 jogos sem vencer e escapou do rebaixamento pelo bom primeiro turno que havia feito. Fred havia saído do Flu após 7 anos de relação e seu substituto não empolgou. Apenas 2 gols em um turno inteiro. 2017 se inicia com desconfiança, mas com um sopro, vindo de Abel Braga e do que ele poderia mudar. A estratégia é óbvia, montar um time barato, com o elenco formado por meninos provenientes da base. Mas havia também a tão esperada chegada dos equatorianos, que dariam a ginga sul americana ao time. E junto a Lucas, foram os únicos reforços. E logo no início, a situação empolgou, mas vamos contando pouco a pouco, e como o nome já diz, vamos começar primeiro pela Primeira Liga.

Primeira Liga

O campeonato que o Fluminense lutou para nascer e agora torce para morrer. Até então atual campeão, o Flu fez sua primeira partida do ano pela competição. E venceu o Criciúma, 3x2, gols de Henrique, Pedro e Marquinho. A torcida apostava em Pedro para ser o camisa 9, já que até então Henrique Dourado não tinha convencido. E na segunda partida, o Fluminense já mostrava que não se interessava mais pelo torneio. Contra o Internacional, um clássico nacional, Abel coloca o time reserva e perde a partida. Um empate contra o Brasil de Pelotas classifica o Fluminense para a próxima fase, e a classificação é decidida pelo número de cartões amarelos, já que os outros quesitos estavam empatados. E a desclassificação já veio nas quartas. Derrota para o Londrina, que viria a ser o campeão.
















Campeonato Carioca

O grande momento do Flu no ano. Com um futebol moleque e envolvente, o Flu surpreendeu a todos e chegou a ser elogiado pelo Brasil inteiro por conta do futebol que apresentava. Despachou o Vasco por 3x0 na primeira partida do Carioca e passava por cima dos times pequenos. Mas foi também no Carioca que o Fluminense perdeu seu principal jogador por um longo período de tempo. Gustavo Scarpa sofreu uma grave lesão após levar um carrinho criminoso na semifinal da Taça Guanabara. Mas mesmo assim, o único título do Flu no ano veio. Uma grande final contra o Flamengo, decidida nos pênaltis, e que empolgou a torcida para a sequência da temporada. Os equatorianos arrasaram, viraram meme e mostravam um futebol muito consistente. E os garotos vinham dando conta do recado. Na Taça Rio, não veio o título, mas a Guanabara já havia sido conquistada. E na semifinal do Carioca, outro atropelo diante do Vasco. mais um 3x0 e a final que não se repetia desde 95 iria acontecer. O time de garotos do Fluminense, liderados por Richarlison e Wendel, gratas surpresas do Carioca, contra um Flamengo estrelado, que tirou o dinheiro do bolso e gastou visando a conquista da Libertadores(não passou nem da primeira fase). E ai veio um dos momentos mais dolorosos do ano: uma derrota que ainda não desceu pro Tricolor. 1x0 no primeiro jogo, com uma falha bizarra de Renato Chaves, e no segundo jogo o Flu vinha levando a decisão para os pênaltis, até que o erro grosseiro do juiz tirou a chance do título Tricolor. O Carioca não veio, mas a expectativa era de um grande ano para a molecada Tricolor.





















Copa do Brasil

Na Copa do Brasil veio um dos grandes momentos do ano para o Fluminense, e principalmente para Gustavo Scarpa. Um golaço do meio campo contra o Globo, que rodou o mundo e valorizou mais ainda o camisa 10, que vinha fazendo uma excelente temporada, até a sua lesão. De resto, provavelmente o torcedor Tricolor nem lembre que disputou a Copa do Brasil nesse ano. Eliminação com duas derrotas para o Grêmio nas oitavas de final, e ali o time começava a ser cobrado. Henrique Dourado já passava a ser um dos ídolos da torcida naquele momento, e junto com Wendel, foi poupado das vaias. 













Brasileirão

E ai vem a competição mais longa do ano, em que o elenco jovem seria posto a prova. No início, um bom desempenho. Vitórias contra Atlético-MG, Santos, que deram a torcida uma imagem que não foi correspondida posteriormente. Nesse início de Brasileiro, teve a volta de Gustavo Scarpa, mas teve a lesão de Sornoza, que ficou mais de um turno de fora, e prejudicou demais a equipe. Junto com ele, Wellington Silva dava os primeiros sinais de uma pubalgia que mudaria sua história no ano. E Henrique Dourado e Richarlison aproveitaram os desfalques dos companheiros para assumirem a dianteira da equipe e brilharem. Artilheiro da competição, Dourado começou voando no campeonato e junto com Richarlison fizeram uma dupla que chamou a atenção de todos. De todos mesmo. No meio do Brasileiro, Richarlison vai embora para a Inglaterra e o Fluminense começa a cair de produção. Quem volta, não volta com o mesmo nível e as lesões continuam atrapalhando o time, que perde Calazans pelo resto da temporada, além de Reginaldo, que havia se firmado na zaga Tricolor, por um bom tempo. Primeiro turno morno, em que o Fluminense terminou no meio da tabela. E o que vai medir o campeonato do Tricolor são os vacilos que teve. Empates em casa contra times fracos, gols levados no final dos jogos. Parecia que a juventude extrema da equipe atrapalhava.

Mas uma pausa na avaliação para o momento mais triste do ano Tricolor. No final do primeiro turno, uma tragédia assola as Laranjeiras. João Pedro, filho mais novo de Abel Braga, sofre um acidente no apartamento da família e morre, enlutando não só o Fluminense, como todo o Brasil, que se uniu em torno do técnico e o abraçou. Homenagens Brasil afora e emoção nas partidas. Abel sofria, mas era abraçado por todo o país, fruto de sua honra e caráter, que sempre moldaram sua vida e o fizeram ser querido. A dor nunca passará, mas o nosso apoio também não. E para sempre, #ForçaAbel.
































Voltando ao Brasileirão, o Fluminense iniciava o segundo turno sentindo falta de Richarlison, mas com a volta de Sornoza. A equipe como um todo vinha capengando, as laterais não se acertavam, a zaga tinha problemas, até no gol o ídolo Diego Cavalieri não conseguia se manter na meta Tricolor. E lá na frente Henrique Dourado vinha salvando o time, com seus gols. Scarpa voltou de lesão, mas não conseguiu manter seu alto desempenho, mas mesmo assim, foi importantíssimo para a equipe, sendo o líder de assistências do campeonato. Joia inesperada no início do ano, Wendel conquistou a titularidade rapidamente, mas caiu de produção ao seu nome ser especulado em grandes times europeus. Focado também na Sul Americana, o Fluminense não conseguiu conciliar as duas competições e sobrou para o Brasileiro. No primeiro turno 26 pontos, no segundo apenas 19. O Fluminense continuou perdendo pontos em casa e fora quase não conseguia somar pontos. No final, se viu lutando para não cair e só escapou nas últimas partidas. Um fim de ano melancólico para um time que começou prometendo.













Sul Americana

A competição que o Fluminense focou e que poderia ter sido o auge da equipe no ano, mas acabou se tornando mais uma decepção para a torcida. Passagens fáceis por Liverpool(URU) e Universidad de Quito(EQU). E ai veio um dos grandes momentos do ano do Tricolor. O tão esperado confronto contra a LDU, algoz de 2008 e 2009. E quando tudo se caminhava para mais uma derrota do Flu para o time equatoriano, Pedro marcou o gol que classificou o Tricolor e lavou a alma do torcedor. A esperada "vingança" ocorria, e o Fluminense teria pela frente o Flamengo, algoz do início do ano, que tirou o título Carioca do Tricolor. E o que parecia que seria o grande momento do ano, se tornou na maior decepção. Jogo ganho, 3x1 e a classificação na mão. Mas o time recuou, Abel mexeu mal, e o Fluminense sofreu o empate que o desclassificou da competição, que era dada como prioridade por todos no clube. Um fim de ano melancólico para um time que começou prometendo.


































O Cara

Mas o ano não foi só de decepções, também houveram as alegrias e as gratas surpresas. E a maior dela foi Henrique Dourado. De substituto falido do Fred a artilheiro do Brasil e ídolo da torcida. O Ceifador deu a volta por cima e marcou seu nome no ano Tricolor. 32 gols no ano, sua melhor marca e 18 no Brasileiro, sagrando-se artilheiro da competição. Com sua luta, disposição e seus gols, Dourado conquistou os torcedores e caiu nas graças dos Tricolores.



















As revelações

Num ano onde a base foi tão usada, é claro que alguns garotos iam se destacar. E foi o caso principalmente de três: Wendel, Reginaldo e Marquinhos Calazans.

Wendel disputou a Copinha pelo Fluminense nesse ano, em que o Tricolor não teve bom desempenho, mas ele agradou ao técnico Abel, que o puxou para o time de cima e lhe deu oportunidades. Com tranquilidade e talento digno de profissionais de longa data, Wendel rapidamente conquistou a vaga e a torcida, e era visto como uma das maiores revelações do ano no futebol brasileiro. E ai vieram as especulações da Europa. Com seu nome envolvido entre PSG, Porto, Ajax, Wendel caiu de produção e no segundo semestre não conseguiu manter seu alto desempenho, chegando inclusive a voltar para o banco, além de ter sido afastado de um FlaxFlu por conta de mau comportamento.















Reginaldo foi outra grata surpresa. Nem tão garoto, ele teve sua primeira oportunidade nos profissionais do Fluminense em 2017. No começo não agradou muito, mas ao ganhar a titularidade no Brasileiro demonstrou frieza e segurança, na melhor fase da defesa Tricolor no campeonato. Se lesionou, ficou um bom tempo de fora e quando voltou, perdeu surpreendentemente sua vaga para um contestado Renato Chaves.
















Marquinhos Calazans é o típico grito da torcida. Pedido aos montes pelos torcedores, demorou até se firmar no time de Abel, que relutava em colocá-lo. Jogou pouco tempo, pois se lesionou gravemente no final do primeiro turno, mas o pouco que jogou, mostrou que poderia ser muito útil a equipe. Que em 2018 possa voltar e arrebentar.
















As estatísticas

Para terminar essa retrospectiva, vamos aos números do Tricolor no ano. Muito irregular, teve um aproveitamento baixo. E no mesmo ritmo que fazia gols, os tomava também.

NÚMEROS GERAIS

75 jogos  
29 vitórias 
21 empates  
25 derrotas  
48% de aproveitamento

118 gols pró
97 gols contra

ARTILHARIA

Henrique Dourado – 32
Richarlison – 15
Wellington – 8
Gustavo Scarpa – 7
Pedro – 7
Wendel – 7
Sornoza – 6
Renato Chaves – 5
Marcos Júnior – 5
Léo – 3
Lucas – 3
Henrique – 3
Nogueira – 2
Reginaldo – 2
Douglas – 2
Matheus Alessandro – 1
Robinho – 1
Marlon Freitas – 1
Marquinho – 1
Mascarenhas – 1
Osvaldo – 1
Renato – 1
Danielzinho – 1

Então é isso pessoal, que o ano de 2018 possa ser melhor para o Fluminense. 2017 foi um ano decepcionante, mas houveram coisas boas, como essa página. Muito obrigado a cada leitor e que em 2018 possamos crescer juntos. Um bom final de ano a todos.















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Saudações Tricolores e Vence o Fluminense

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