terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Temos um time?

O ano de 2018 começou tumultuado no Fluminense. Saída em massa de jogadores, lista de dispensa pelo site do clube e uma crise política, que mesmo antes do ano começar, já colocava o Fluminense como sério candidato ao rebaixamento.

E no meio disso tudo, continuavam Abel Braga e os jogadores que chegaram e ficaram. Já na Flórida Cup, Abel inovou e escalou o time no 3-5-2, tática que por muitos é visto como defensiva. Com uma equipe bem desfalcada e quase sem treinamento, os primeiros resultados foram ruins, igualmente ao futebol mostrado em campo. Resultado: eliminação precoce na Taça Guanabara e o alerta ligado no máximo.

Os reforços chegaram, mas nada que dessem a torcida uma certeza de melhora. Foram nomes simples, muitos contestados, mas que acabaram encaixando bem no time.

A eliminação na Taça Guanabara pode até ser vista como algo bom. Abel teve mais de uma semana livre apenas para treinar e o time voltou a jogar contra o Salgueiro. 5x0 e uma atuação de gala da equipe e principalmente de dois jogadores que vinham sendo muito contestados pela torcida: Sornoza e Gilberto. Depois veio mais uma goleada, por 4x0 contra o Bangu, e ai foi a estrela de Marcos Júnior que brilhou, com 2 gols. O grande teste seria o Fla x Flu. Mesmo com o rival entrando com uma equipe reserva, se tratava de um clássico e uma derrota poderia frear a reação da equipe. Mas foi tudo diferente, aliás, bem diferente. Um 4x0, fora o baile, em que brilharam a estrela de todos esses jogadores: Sornoza, Gilberto, Marcos Júnior, Jádson.

Agora vamos focar não nos resultados, mas na atuação em geral da equipe nesses três jogos. Foram resultados largos contra times menores? Sim, mas antes o Fluminense não conseguia apresentar um bom futebol nem contra os pequenos. Já dá para perceber uma equipe muito mais organizada e que sabe o que fazer em campo. As limitações continuam, mas a organização tática acaba se sobressaindo a essa questão. Na hora que começar a enfrentar times maiores, no Brasileirão, a esperança é de que o Flu não seja uma presa fácil como se pensava no início do ano.

O Fluminense conta com dois laterais de natureza muito ofensiva e que na defesa deixam a desejar. Por isso, a utilização de três zagueiros mostra-se necessária. E não quer dizer que torna o time defensivo. Renato Chaves e Ibañez são importantes também para a saída de bola, eles iniciam as jogadas e lançam para os laterais ou volantes. Os volantes, por sinal, são parte vital desse esquema. Richard e Jádson não são aqueles volantes "grossos", eles tem habilidade com a bola, e impulsionam demais o time pra frente. A triangulação entre os volantes, laterais e Marcos Júnior ou Sornoza também contribuem para uma rápida troca de passes e fácil inserção do time na área adversária. Muitos dos lances de perigo do Flu estão saindo dessa maneira. 

E chegamos então a parte ofensiva do time: Marcos Júnior e Pedro. Marcos tem tido um início de ano excelente. Jogando mais livre no ataque, ele tem servido pra pôr um gás no time e ajudar os laterais nas jogadas de linha de fundo. Muitas vezes os laterais deixam de cruzar para a área, para voltar o jogo com Marcos, que sempre busca uma tabela com Sornoza ou Jádson e se infiltra na área. O centroavante ainda deixa a desejar. Pedro é muito mais habilidoso que a maioria dos centroavantes do Brasil, mas na hora de fazer o gol ele falha. É importante para a movimentação do time, já deu algumas assistências para gols, mas ele é o camisa 9, sobrevive dos próprios gols, e nessa parte, ele ainda tem a melhorar.

Para a parte defensiva, o 3-5-2 se torna mais importante ainda. Praticamente 7 jogadores defendem, em que os laterais também se tornam da defesa e se juntam aos zagueiros e volantes. Sendo bem treinado, se torna uma defesa muito difícil de ultrapassar. Acaba forçando o time adversário a tentar a bola aérea, e com três zagueiros altos, o normal é que a defesa quase sempre ganhe.

Lógico que esse time do Fluminense não tem elenco pra chegar e conquistar títulos, mas o apocalipse que estava sendo pregado no início do ano pode ir por água abaixo. Um time bem treinado e bem encaixado pode não passar sufoco no Brasileiro, visto o Botafogo de 2016, que conseguiu uma vaga na Libertadores, mesmo com uma equipe modesta. A época das vacas gordas da Unimed acabou, e com a atual administração, dificilmente voltará tão cedo. Então, para hoje, é o que temos. O time precisa de reforços, principalmente para a zaga e para o meio, onde se encontram poucos jogadores para a posição, mas com esse atual elenco, é possível que o Tricolor não passe vergonha no ano e possa até surpreender em alguma competição.





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