sábado, 22 de abril de 2017

A verdade sobre os estaduais

   Parece que está na moda dizer que os estaduais estão falidos, não valem nada, não servem de parâmetro pra nada, só time ruim se interessa por eles. Bom, muita coisa dai pode ser verdade. Os estaduais realmente estão falidos, dão prejuízo a quem joga, público negativo nos estádios, provavelmente apenas o de São Paulo ainda seja rentável. Realmente, em âmbito nacional, eles valem muito pouco e por conta do nível baixíssimo dos times pequenos, eles não servem de parâmetro para o resto do ano, visto que o atual bi campeão Carioca foi rebaixado e depois subiu em quarto lugar na segunda divisão do Brasileirão. 
   Mas essa história de que eles não valem nada e são totalmente sem importância não existe, isso é desculpa de quem foi eliminado. Falando especificamente do Campeonato Carioca, realmente, pelo menos a primeira e a segunda fase não valem de nada. Enfrentar Macaé, Volta Redonda, Nova Iguaçu é chato, só serve pra causar crise se perder, mas então vem a semifinal, os três grandes se enfrentando, mais a adição do Botafogo, e ai o estadual começa a valer e durante 90 minutos ele se torna a competição mais importante do ano. Não que o Carioca valha algo nacionalmente, mas a sensação de chegar segunda feira no trabalho, na escola, na padaria e zoar seu amigo que torce pro time rival é a melhor coisa que você terá pelo menos nessa semana do jogo. E ele falará:"Ah, mas o Carioca não vale nada", e ele só fala isso porque o Carioca vale,e muito.
   Por muitas décadas, os estaduais eram o que o Brasil tinha. Até 1959, quando criaram o Brasileiro, eram as grandes competições e o que realmente valia para os times. Grandes jogadores surgiam ao se destacar nos pequenos do Rio, que na época não eram tão pequenos. Mas aí o tempo vai passando, o futebol vai se tornando mais financeiro e os pequenos vão se apequenando ainda mais. Talvez, o Bangu de 85 e o América de 86 tenham sido o último suspiro de grandeza dos pequenos cariocas. Abandonados e praticamente sem torcida, eles não oferecem risco algum aos grandes, fazendo com que o Cariocão seja apenas perda de tempo. Pode ser que algum dia eles se reergam, alguém decida investir neles, suas torcidas os levantem, mas até lá, infelizmente eles não passam de meros complementos de tabela. Poderíamos pegar como exemplo o estado de São Paulo, que ainda leva alguns de seus pequenos a elite ou a segunda divisão do Brasileiro, mas há muitos fatores que diferenciam cariocas de paulistas, como por exemplo, o envolvimento da população com o time de sua cidade. Ribeirão Preto e Campinas são grandes exemplos disso. O Sul do Brasil também é outro bom exemplo de como os pequenos podem vislumbrar algo melhor, times como Brasil de Pelotas, Juventude, Paraná, Chapecoense aparacem nas principais divisões do Brasil.
   A conversa sobre os estaduais é muito ampla, há muitos fatores para que tenham se tornado deficitários e há também muitas alternativas para que não sejam mais, mas isso é trabalho para as federações, que elas comecem a gastar todo o dinheiro que ganham com patrocínio, receitas de televisão, os famosos 10% da renda dos jogos com os times menores, que arrumem gramados, estruturas, para que possam aos poucos se reerguerem. Mas até lá, sobram os clássicos, e os clássicos que impulsionam os estaduais e fazem ele valer algo ainda. Ninguém quer perder pro rival, por isso eles valem e para quem diz que não vale nada só um aviso: espere só até seu time ganhar, e ai conversamos para ver se você tem a mesma opinião.


Gostou? Compartilhe e siga o Blog

Saudações Tricolores e Vence o Fluminense

Nenhum comentário:

Postar um comentário