terça-feira, 6 de junho de 2017

Copa do Brasil 2007: os 10 anos do título que mudou a história Tricolor

  06/06/2007. Júnior César cobra escanteio para área, Adriano Magrão briga no alto, ganha, gira para o meio, cruza para a pequena área, a bola encontra o peito de Roger de maneira suave, ele a mata para cima, e ao descer enche sua perna direita, que não é a boa, e estufa as redes do Orlando Scarpelli, aos 3 minutos de jogo. O que acontece depois desse lance não importa, não muda mais nada. Esse dia 06 de junho de 2007 foi histórico, o dia em que o Fluminense mudou o nome de uma cidade. Florianópolis passa a se chamar Flurianópolis. E do pé daquele zagueiro, que nem titular era, sai o gol do primeiro e único título da Copa do Brasil que o Fluminense possui. Um marco na história Tricolor. A consolidação do clube que havia caído para a terceira divisão e agora se consolidava novamente como grande força do futebol brasileiro. A partir desse título vieram mais glórias. 2 Brasileiros, 1 Carioca, duas finais continentais, grandes nomes que surgiram e grandes ídolos que se consagraram. A partir daquele título, a história de grandes triunfos do Tricolor voltava. Após alguns anos de sono, o gigante finalmente despertava novamente. E esse título completa 10 anos hoje. Faz tempo, mas parece que foi ontem que a Legião Tricolor surgia, revolucionando a arquibancada Tricolor. Tenho até hoje o papelzinho que distribuíram com a letra do Horto Mágiko no jogo contra o Brasiliense, no Maracanã. É, já se foram 10 anos, 10 anos de saudade, de um time que confesso, olhando hoje, acho fraco. Mas Fluminense é isso, mesmo com Adriano Magrão no ataque conseguiu ser campeão. Foi campeão Brasileiro com Gum e Leandro Euzébio, por que não iria ser com Adriano Magrão e Alex Dias? Thiago Neves ainda um garoto que vinha do Paraná, desconhecido, ainda reserva de Carlos Alberto. Thiago Silva, ainda era um zagueiro mais conhecido pela sua história de recuperação do que pelo seu talento, hoje é um dos principais zagueiros da história do futebol mundial. Essa conquista hoje faz 10 anos, então vamos relembrar, porque saudade não mata ninguém.
  
  Como qualquer título que se preze, a campanha começou no Acre, contra o famoso desconhecido ADESG. 2x1, gols de Soares e Alex Dias. O jogo veio para o Rio de Janeiro, e ai o ADESG não viu a cor da bola. 6x0 impiedoso, com gols de Alex Dias, Cícero, Thiago Neves(2), Thiago Silva e Lenny. Na segunda fase, o confronto contra o América de Natal. Primeiro jogo em Natal, com vitória por 2x1, gols de Soares e Alex Dias. Na volta, a única derrota Tricolor na competição. 1x0 para o América, em pleno Maracanã, mas o gol fora de casa dava a vaga ao Fluminense. Dia de rodada dupla no Maracanã, logo após o jogo do Tricolor, o Gama eliminaria o Vasco, ganhando por 2x1.
  
  E chegam as oitavas de final. O jogo é contra o Bahia. E nesse jogo a história do Fluminense começava a mudar. Após o empate por 1x1 no Maracanã, Joel Santana é demitido e a diretoria contrata Renato Gaúcho. No jogo da volta, o Flu empata em 2x2, gols do "novo Casal 20", Cícero e Soares, que haviam se transferido juntos do Figueirense para o Fluminense naquele ano. Nas quartas de final, novo empate em casa. O adversário da vez era o Atlético-PR, e o primeiro jogo terminou 1x1, gol de Thiago Silva. Na volta, na Arena da Baixada, 1x0 sofrido, gol do artilheiro, Adriano Magrão. Ai estamos na semifinal, e a ficha cai: estamos realmente na briga pelo título. Estamos a apenas dois jogos da final, que perdemos em 92 e em 2005, mas que agora não podia nos escapar. Brasiliense era o adversário. Novamente decidindo fora de casa o segundo jogo, o primeiro foi 4x2, no Maracanã, gols de Thiago Silva, Alex Dias, Adriano Magrão e Carlos Alberto. No jogo da volta, em Brasília, apenas 1x1, o suficiente para chegar a terceira final de Copa do Brasil da história do Fluminense. Em 92 perdemos para  Internacional, em 2005 para o modesto Paulista de Jundiaí, e dessa vez o adversário não era também um dos grandes do futebol Brasileiro, o Figueirense.

  E como em quase toda competição, o Fluminense decidiria o título longe de sua torcida. O primeiro jogo então, era a despedida do Tricolor de sua torcida, na Copa do Brasil. 65 mil torcedores empurrando o Fluminense naquele dia 30 de maio. O jogo se encaminhava para um 0x0, mas aos 37 minutos, o Maracanã se cala. Henrique acerta um chute incrível e abre o placar para o Figueirense. Todos perplexos, silenciados por um gol que poderia acabar com as chances do Fluminense de título. Mas aos 43 começa a nascer o ídolo Thiago Neves. Ele recebe a bola do escanteio, tira dois da jogada com apenas um movimento e entrega para Adriano Magrão apenas empurrar para o gol. Aquele gol pôs o título de volta em jogo. Mas tínhamos que esperar uma semana até o jogo final. Ainda havia mais um clássico na frente. Empatamos em 1x1 com o Vasco. E ai chegou o dia 6 de junho. Acima eu disse que o primeiro jogo era a despedida do time da torcida. Mas a verdade é que a torcida não queria se despedir do time.4 mil Tricolores tomaram conta de Florianópolis. Naquele jogo, os 11 guerreiros eram: Fernando Henrique, Carlinhos, Thiago Silva, Roger, Júnior César, Fabinho, Arouca, Cícero, Carlos Alberto, Alex Dias e Adriano Magrão. Juntaram-se a eles durante o jogo Thiago Neves, David e Rafael Moura. Ah, mas é o jogo? O jogo você relembra agora.


   O primeiro título de Renato Gaúcho, o herói improvável Roger, o artilheiro Adriano Magrão, o nascimento do Monstro, o início de Thiago Neves. São alguns dos fatos desse título inesquecível. O dia em que Florianópolis cedeu seu nome para que por pelo menos uma noite, a torcida Tricolor pudesse chamá-la de Flurianópolis. E a volta para casa foi melhor. Do aeroporto as Laranjeiras, uma festa inesquecível. Um sentimento incomparável. Além de ser a primeira Copa do Brasil do Fluminense, era o meu primeiro grande título. Não sou da geração do casal 20, muito menos da Máquina Tricolor, mas pude ver a geração de Thiago Neves, Thiago Silva, Washington, Deco, Conca, Fred, e essa geração nasceu nesse dia, em que a história do Fluminense se transformava novamente. Da amargura da série C, para um bicampeonato Brasileiro. Um título que resgatou o orgulho de ser Tricolor.


Números da campanha
Jogos: 12
Vitórias: 6
Empates: 5
Derrotas: 1
Gols pró: 22
Gols sofridos: 11
Artilheiro: Adriano Magrão (4 gols)

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Saudações Tricolores e Vence o Fluminense



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