Semana passada, o grupo político Unido e Forte anunciou seu rompimento com a diretoria presidida por Pedro Abad. Um membro do grupo e conselheiro do clube, falou com exclusividade ao Loucos por Fluminense e contou um pouco sobre a decisão de romper com Abad e a FluSócio. Ele pediu para não ser identificado:
Não há muito o que ser dito. Para o bem do Fluminense, o Abad precisa sair da função de presidente o quanto antes. Seja por meio de renúncia ou por impeachment. Há quem diga que o rompimento ocorreu tarde demais. Acredito que tenha sido no momento necessário.
Já tem algum tempo que há indícios de que a Unido e Forte pudesse romper com a diretoria,mas por que agora?
Acredito que seja resultado de uma convergência de fatores. Uma ação de rompimento é extrema e somente pode ser adotada em último caso, pois não há possibilidade de se voltar atrás. É preciso que todas as demais vias de acordo sejam esgotadas. Não há dúvidas que todo o possível foi tentado para se evitar esse rompimento. Existia, ainda, alguma divergência interna. Enquanto grupos como o MR21 e o Esperança Tricolor já faziam, há bastante tempo, enorme pressão pela saída, outras forças do grupo Unido e Forte, especialmente o Flu2050 acreditavam que o melhor seria permanecer, garantindo a sequência do trabalho que estava sendo realizado. Por fim, havia a questão do momento. O ideal era que esse desembarque ocorresse em um momento que influenciasse o mínimo possível o futebol. A postura do Abad na ultima reunião do Conselho Deliberativo deu a certeza que não havia mais o que ser feito.
Qual foi a ação da diretoria que fez com que a Unido e Forte começasse a pensar num rompimento?
Não existe uma ação. É um conjunto de sucessivas ações. Tudo começa com a aprovação das contas do Peter, fato que desagradou bastante ao Unido e Forte, especialmente pela postura do presidente Abad, que disse que não se envolveria na questão, mas fez campanha pela aprovação. Pouco depois, o primeiro ato de ruptura ao acordo inicialmente realizado, com a indicação do Marcos Vinicius Bittencourt para a VP Social. A falta de transparência com o relatório do E&Y, e o fato de as consequências deste não chegarem ao social e aos Esportes Olímpicos gerou desconforto. A insistência com Carina(Ex-diretora de comunicação e relações institucionais) e Marcelo Teixeira foi uma questão que causou desgaste extremo. A relação já estava bastante deteriorada, e o Abad não parecia disposto a fazer nada para melhorar isso. A vergonha dos ingressos, o formato de dispensa de alguns atletas, culpa exclusiva do Marcelo Teixeira, que depois foi imputada pela Flusócio no Diogo Bueno e no Miguel Pachá, a falta de compromisso com as mudanças necessárias para o clube se tornar sustentável e a contratação de diversos funcionários amigos foi a gota d´água. Existe muito mais a ser exposto, mas tudo tem o seu momento de acontecer.
O por que de romper com a gestão, mas, continuar com os vices em seus respectivos cargos?
Essa é a questão mais complicada. Existe uma certa convicção de que os trabalhos que estão sendo desenvolvidos pelas VPs relacionadas ao grupo Unido e Forte estão desempenhando um papel positivo. E somente não é melhor pela falta de compromisso do Abad em fazer a coisa certa. Existe um medo enorme do que poderia acontecer com pastas importantes sendo entregues nas mãos dos incompetentes do grupo Flusócio. Provavelmente o mesmo que ocorre com as VPs vinculadas a eles, ou seja, nada.
Esses cargos pertencem as pessoas que os ocupam e aos seus grupos. No caso, 4 dos 5, são do grupo Flu2050, que, em princípio, tinha o discurso de saída, mas acabou mudando nos últimos dias. Não cabia ao Unido e Forte, portanto, determinar que alguém entregasse esses cargos, que era a vontade de todos.
Com a indicação de que os cargos seriam mantidos, não faria sentido romper com um trabalho que sempre teve o apoio do grupo, por questões políticas.
Para vocês, há a chance do Abad renunciar?
É difícil prever. Tanto a renuncia do Abad quanto um processo de Impeachment são complexos e custosos ao clube. A renuncia seria o meio menos traumático, mas dificilmente ocorrerá distante de um cenário absoluto de caos, especialmente no futebol. Abad se aproxima rapidamente de incluir seu nome na história como o pior presidente do Fluminense.
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